sábado, 25 de dezembro de 2010

Relicário 2009

Esse relicário terá formato diferente. Talvez o velho “aprendi tal coisa...” seja menos presente e as frases maiores, melhores, mais bem elaboradas ou não.

Bem, 2009 começou diferente de todos os outros anos. Estava com uma faculdade certa, a Unicsul. Matrícula feita e tudo... mas ainda estava aguardando o resultado da USP, UNIFESP e demais faculdades através do ProUni. Consegui todas, como eu previa, escolhi. Escolhi as certas, tenho certeza disso. Unicsul em História é ótimo, o curso é muito bom, os docentes são ótimos e eu, cada vez mais, quero aprender mais e desmistificar muitas coisas. Unifesp foi maravilhoso, me trouxe realização por ser uma universidade pública, federal e tudo o mais.

Amigos? Esse ano esse quesito se tornou meio nebuloso em alguns momentos. Os amigos do Ensino médio tive algumas oportunidades de revê-los, mas como era de se esperar “ano novo, vida nova”. Cada um no seu canto, cada um na sua faculdade, cada um no seu curso e em alguns momentos, reservados e restritos reservados aos velhos amigos. Foram bons os momentos de reencontro.
Na Unicsul tenho pessoas de quem gosto muito, outras simpatizo bastante, outras não.
Na Unifesp me sinto muito bem nos momentos de alegria e tal, mas sinto falta de seriedade em muitos momentos entre meus amigos e conhecidos. De certa forma, me decepcionei com a faculdade em relação às pessoas.
Na Unicsul o pessoal parece mais cordeirinhos que alunos de curso de humanas. Parece que por sermos bolsistas e a faculdade manter esse “favor” (porque é assim que parece que a maioria vê) temos que nos sujeitar, sem pestanejar, às ordens de todos. Não concordo, quase perdi a bolsa discutindo – de maneira não tão sutil e educada – sobre a disciplina online. Que fosse, que me tirassem a bolsa, tanto iria fazer. Sabe por quê? Porque eu não me importo. Eu aturo, com ou sem dor, o resultado dos meus atos.
Na Unifesp houve-se muita teoria, teoria, teoria, teoria... alunos de humanas às vezes tão de direita. Triste e um tanto quanto desmotivador para mim. Mas permaneço lá e bem. Preciso me empenhar mais, minha média global lá foi 6.5 esse último semestre, e isso não podia acontecer, porque terei que pegar bolsa do CNPq agora, pra depois de um ano, pegar a da Fapesp. Enfim... Vou recuperar minha média e espero ir melhor em 2010.

No geral, me sinto só muitas vezes por conta de amigos antigos, amigos novos. Acredito que para não se sentir só temos que nos sentir cheias de nós mesmos. Porque na verdade, somos sozinhos, nossas atitudes são individuais e a culpa que recai sobre maus passos também são só nossas.

O meu relacionamento com a Gabi terminou. Dessa vez é sério. (hahahahaha, já perdi as contas de quantas vezes repeti isso)! Ela quer voltar para a igreja – esse é sempre o motivo – mas não está, a meu ver, fazendo por onde se entregar completamente ao Senhor. E, na verdade, nem sei se ela quer mesmo isso. Ou se, por ter ficado tanto tempo longe, alcançar o Altar de Deus esteja tão longe que não se pode ouvir a voz dEle e guiar-se a partir do que Ele deseja.
Ela foi uma pessoa muito importante na minha vida. Cresci com ela. Foi com ela. Mas agora, todos os verbos que se referem a ela estão no tempo passado; exceto o amor, esse é sempre presente. Tenho lindas lembranças dos momentos com ela, e outras tristes, mas essas tristes eu nem quero lembrar. Gosto de deixar transparecer aquilo que é bom e que faz bem. Não tem como negar em nenhum momento o quanto ela representou na minha vida. Sua existência, bem como sua passagem pela minha vida é singular. Sempre soube que não ia durar, e muitas vezes fiquei de “saco cheio” dessa situação, mas não sei se o tempo ou o amor ou os dois juntos, me fizeram permanecer mais e mais ao lado dela. Ela me fez feliz, ela me amou, ela amava meu corpo, meu sorriso, meus olhos... E eu a amava tanto quanto. Foi minha mulher.

Uma pessoa especial chegou à minha vida, seu nome: Talita. Me fez acreditar de novo, e tanto... acreditar muito. Prometeu o sol, se o sol saísse... ou a chuva, se ela caísse. Me fez amar de novo e de um jeito todo especial. Uma menina linda, que está se tornando mulher, que eu admiro, que eu vejo o quanto é linda e o quanto valeu a pena. Amo-a profundamente. Por quê? Porque sim. Porque ela me conquistou, mas também me deixou. Por quem? Por Deus, oras! Sempre por Deus. Deus. E Deus. Será que vale a pena largar quem se ama por imposições religiosas? Deve valer, né?! A religião e Deus e tudo o mais nessa área são coisas que fazem parte do imaginário, e no imaginário nada tem medida, é tudo muito, é tudo extremo. Espero que a felicidade que Deus vai proporcionar a ela seja tão grande a que um dia ela pensou sentir em estar comigo. Duvido veemente, mas desejo. Eu sou especial, sou diferente, sou muito diferente da maioria das pessoas, eu me dou às pessoas, eu sou intensa, eu não me conformo com pouco e quero sempre mais. Acho que é isso, talvez, que faça com que as pessoas se encantem comigo. A Talita me acha linda e perfeita, perfeita mesmo, assim, sem defeitos. É claro que ela é doida. Estou longe de ser perfeita. Mas são coisas do amor. Ela também é toda linda, tão perfeita! Rs... Queria poder acreditar em tudo o que ela disse e queria que pudesse ser verdade. Mas não pode ser. Por quê? Porque ela não quer, porque ela decidiu que seguir a Deus é melhor. Conversamos por telefone, a mãe dela não quer que conversemos e todas aquelas coisas de pais quando descobrem algo que desagrada. Claro, a culpa é minha sob a ótica deles.
Queria que fosse difernte. Enfim...
Ela está mudando. Juro. Está crescendo, se tornando gente grande. Putz, mas dói ser gente grande hein?! Enfim... “é pesado demais carregar o mundo sozinha”, mas eu consigo, sempre consegui. Sabe... quero chegar lá na frente e poder dizer que vivi, caí, sofri, doeu, mas que amei, fui extremamente feliz, sou realizada porque a minha vida eu fiz e eu faço. Quero carregar o peso da experiência nos olhos e adquirir sabedoria todos os anos, e quero quem me admire e, principalmente, se encoraje a viver tão maravilhosamente intensamente quanto eu vivi e que tenha discernimento, força de vontade, compaixão e garra para chorar, mas poder levantar e secar as lágrimas.

Mudei. Sou uma pessoa mais dura hoje do que era no passado... aliás... acho que estou passando por uma fase que espero se encerrar esse ano: a fase do sofrimento e do crescer. Sabe quando passa a notar o que o mundo é e como as pessoas – inclusive você – são verdadeiramente? Nossa... como foi ruim. Mas estou muito feliz por outro lado: não perdi o amor. Com todas essas quedas, aprendi a levantar e tentar de novo. Espero ter força para cair e levantar o número de vezes necessário para nunca deixar de me sentir bem comigo mesma e apaixonada pelo próximo.

A Bii esse ano conversou comigo, olha só, ficamos grandinhas e conversamos! Uhuul... adorei. E sinto um amor e um carinho tão grande por ela ainda. E não é nada sexual, é sentimental. Sinto que tenho uma ligação muito forte com ela, não sei explicar. Sei que ela me faz bem, de longe mesmo.

Dei aula de Literatura no cursinho, amei. Meus alunos disseram que gostaram, eu então... Nasci pra isso, não tem jeito.

Meu irmão está lindo, cada vez mais. Quero o melhor pra ele, quero que ele consiga aprender com a experiência, que ele possa obter consciência através do meio social e tenha pensamento crítico apurado o suficiente para ser um bom homem. Minha mãe o mesmo estresse de sempre, mas está melhorando. Quero que ela seja feliz, se torne mais amável e maleável.

Quero me doar mais ao mundo. Aos outros. Mais? Claro, sempre mais... “enquanto estou viva e cheia de graça, talvez ainda faça um monte de gente feliz...” [Rita Lee]. E vou ser feliz, sou feliz. Vou fazer valer, já vale. O ano valeu, a vida está valendo. Que seja sempre assim. Que eu não perca a vontade de viver e lutar e sorrir muito, porque meu sorriso é lindo! Obrigada, amados do meu ano.



Esse ano foi mais um ano dolorido mas delicioso. Que venha 2010, estou pronta!

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