Primeira Tentativa

Chegou a hora de começar a escrever, não?
Pois bem, o blog está devidamente criado e credenciado. Todos os meus amigos influentes ou já deram uma olhadinha ou comentaram, o que me dá esperanças para escrever. Na verdade esse blog é mais uma tentativa aparovada para tentar voltar a escrever. Coisa que para mim é necessária e faz falta. Chega de enrolação. Vamos começar! Mas por onde?

"Disseste que se tua voz tivesse força igual a imensa dor que sentes teu grito acordaria não só a sua casa, mas a vizinhança inteira" [HÁ TEMPOS - Legião Urbana]

É difícil escolher nesta música a parte que mais me toque (quem puder e não conhecê-la, favor ouvi-la), mas creio que esse trecho é bem mais marcante que os demais.
Todos nós temos com certeza algo oculto aos outros e não me venha falar: "Ah.. Minha vida é um livro aberto", pois por mais aberto que seja um livro sempre há um rascunho, onde antes de pôr no Livro da Vida a gente rabisca, erra e corrige. Estou mentindo?
Neste trecho é notável a dimensão da dor desta pessoa.
O que nós faríamos se um dia pudéssemos dizer tudo aquilo que nos faz mal? Colocássemos tudo aquilo que realmente nos incomoda pra fora? Sairiam tantas coisas, tantos medos, tantos anseios, tantas dores... Não sei se seria bom ou ruim, há coisas que nos envergonham tanto que não conseguimos nem pronunciar, a sociedade nos coloca numa teia tão bem armada que a realidade que vivemos já não é a verdade.
Queria eu, poder sem me importar dizer tudo aquilo que quero, chorar quando preciso e ajudar quando necessitarem meus semelhantes, mas tenho consciência de que nós somos produtos da sociedade (quem disse isso: Rosseau ou Voltaire?). Analise comigo: Uma criança quando pequena, em sua formação recebe todo o apoio e os cortes necessários para ser bem visto diante da sociedade. Já vistes em algum lugar coisa mais original e pura como uma criança? Criança não engana por maldade, criança quando não gosta de alguém fica de cara feia, faz bico, quando gosta abraça e beija. E o que fazem os pais? Podam-nas. Cortam-lhe as "asas", tiram-lhe a personalidade, ensina-os o que a sociedade espera deles transformando-os em produtos da mesma. O que temos hoje, independente da camada social em que se está é uma legião de seres idênticos. Que foram podados da mesma maneira e ensinados erradamente sobre o que é viver.
Por isso uma sociedade narcisista.
O ser humano encontra-se tão preso dentro de si mesmo, dentro de normas, regras, doutrinas que se esquece de viver, de ser feliz, de sorrir, tem medo de sair à rua e conversar com os outros, já se esqueceu de dar "Bom dia" aos que encontra, já não mais aproveita seu tempo, jogá-o pela janela. Não esqueçam de uma coisa essencial: Cada segundo que passa não volta atrás. E não sou a favor do Carpe Diem da maneira que muitos pregam: "Curta a vida, afinal não sairá vivo dela!" o que temos da vida é o que fazemos dela. Temos que viver nossa liberdade não se tornando escravo dela, de seus prazeres, sendo assim Libertinos. E como se mede a liberdade? Tenho uma dica: "Disciplina é liberdade" [HÁ TEMPOS - Legião Urbana]. Eu sou uma perfeita paulistana, uma cidade como São Paulo é muitas vezes fria, cria seres muitas vezes solitários, independentes, porém sonhadores, criativos e ágeis. Procurando uma saída para o gelo nas relações sociais, nos damos mais bem com nosso microcomputador que com nossos irmãos, nossos pais. Talvez por sermos tão solitários nos tornemos também egoístas e mesquinhos, esquecendo dos nossos valores primordiais.
Depois disso tudo, descobriu afinal o que te prende por rás de você mesmo? Que dor gritaria para acordaria sua vizinhança inteira? (ou quem sabe o mundo inteiro?)