Acho que hoje é o dia de fazer o Relicário desse
ano.
Por quê? Bem, porque me emocionei com um programa
de TV (o relato de um ex presidiário e atual professor da Faculdade de Educação
da Universidade de São Paulo) e porque relembrei uma preciosidade em minha vida
(dona Ellen).
O ano não foi fácil, mas está terminando
incrivelmente bem encaminhado. Devem ser as forças que vieram a somar, para que
o barco não vire, para que a força não me abandone. Pensei em desistir, me
senti só, mas tudo se organizou com o tempo. Em poucos meses tudo estava
programado e tive os apoios necessários para suportar (embora não sem dor), as
quedas.
Quando fui à Festa do Livro da USP esse ano senti
aquela saudade da graduação em Ciências Humanas. Não adianta, minha pele se
arrepia ao ler o texto histórico e social ainda. A gana pela mudança da
sociedade, pelo acalentar do próximo, está à frente das minhas expectativas de
vida.
Em 2013 o Cursinho tem um lugar novo, somente a
acertar seus últimos detalhes. Abriremos também sala para EJA – Educação de
Jovens e Adultos, e isso representa um grande avanço para nós. Lidar com
pessoas inseridas no mercado de trabalho, com experiências diversas promete ser
muito produtivo. Não tenho dúvidas de que será. Desejo que recebamos novamente
uma boa leva de buonna gente, que me
traga felicidade ao recordar e que faça o melhor possível no mundo.
Espero que eles não esqueçam suas referências
iniciais. Que produzam Conhecimento, que façam valer sua história e a honre em
seus atos.
Não sei se tenho muito a falar hoje, mas precisava.
Tivemos um ano com muitas pessoas novas, e que
vieram para somar. Desejo com todo o meu coração que os estudantes desse ano
conquistem a tão-sonhada-idolatrada-salve-salve vaga na universidade.
Realizamos um projeto esse ano, através do Programa
VAI, que incluía visitas e saraus às comunidades tradicionais indígena,
quilombola e MST. Foi muito produtivo, motivador e transformador para muitos
envolvidos. No dia da apresentação final um grupo de estudantes do cursinho
prestou uma homenagem aos educadores, através de um vídeo com depoimentos,
músicas, imagens... enfim, a trajetória do ano. Fiquei muito emocionada,
naquele momento percebi o quanto o ano tinha fechado o ciclo. Quase me acabei
em lágrimas (sempre contidas) quando a Eduarda falou e se emocionou, falou um
pouco sobre ela estar no Mafalda, e o quanto o projeto representa na vida dela.
Isso vale muito a pena! Vocês não fazem ideia!
Foi um ano de amadurecimento também. A Gabrielle
está crescendo socialmente, estou aprendendo com ela. Estamos trocando. Nunca
poderei dimensionar a ela o quanto sou grata por ela me permitir falar e ter
quem ouça. Hoje, por sinal, comemoramos mais um mês, ao longo desses 2 anos e
tantos, de infinito amor e companheirismo. De aprendizado e de cativação mútua.
Alguns problemas de ordem familiar, alguma feridas ainda abertas, injustiças,
sobretudo. Mas seguimos, como faríamos se não fosse assim? O importante é
viver. Tem alguma dúvida?
Desejo que no próximo ano possamos ser pessoas
melhores para o mundo. Desejo isso todo ano, fruto da inspiração de Dona
Mafalda, parece uma repetição vazia para os de fora, os que estão dentro sabem
o quanto lutamos juntos por isso. Espero que consigamos.
“É só o amor que conhece o que é verdade...”
(Legião Urbana)
2 comentários:
Amo ler seus relicários, são sempre ótimos.
Construir a vida ao seu lado, participar, ajudar, compreender, ouvir, perceber, amar.
Pertenço.
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